O país estabeleceu um objetivo ambiental para livrar a nação de ratos e outros roedores na esperança de aumentar as populações de aves.
Quando a Nova Zelândia se separou do supercontinente Gondwana há 85 milhões de anos atrás, os mamíferos predatórios não evoluíram. Isso permitiu que as aves prosperassem. Algumas desistiram de voar por completo para permanecerem no chão da floresta.
Então os seres humanos chegaram trazendo predadores, ratos estocados em navios. Colonizadores introduziram roedores para o comércio de peles e furões para controlar coelhos.
As pragas destruíram habitats florestais e se alimentaram das aves e seus ovos. Mais de 40 espécies de aves morreram e muitas outras permanecem ameaçadas, incluindo o icônico kiwi, o símbolo da Nova Zelândia.
Agora as pessoas querem voltar o relógio. No entanto, o plano parece impossível. Como garantir que alguns ratos furtivos não vão sobreviver e se reproduzir desfazendo todo o trabalho duro.
Cientistas estão falando sobre a missão em termos militares: bloquear as pragas das penínsulas e avançar as linhas de frente, desenvolver novas armadilhas e armas genéticas.
O movimento começou a crescer cinco anos atrás, quando o cientista líder da nação, Sir Paul Callaghan, emitiu um discurso apaixonado.
Quando se trata de patrimônio, disse ele, a Inglaterra tem seu Stonehenge, a China, sua Grande Muralha, a França, suas pinturas Lascaux. O que torna a Nova Zelândia única, ele perguntou? Seus pássaros.
A idéia é dar uma segunda chance aos pássaros incomuns que governaram esta nação do Pacífico sul antes da chegada dos seres humanos há 800 anos.
A meta foi adotada por muitos, embora até mesmo seus mais fortes apoiadores digam que isso exigirá avanços científicos. Outros dizem que o esforço é subfinanciado e excessivamente ambicioso.
“É uma fantasia de ficção científica”, diz Wayne Linklater, biólogo da vida selvagem da Universidade Victoria de Wellington. “E isso realmente nos distrai de algumas mudanças e melhorias realmente grandes que podemos fazer na biodiversidade e no meio ambiente agora.”
Até agora, o governo comprometeu apenas algumas dezenas de milhões de dólares para o projeto, o qual é estimado em bilhões. Funcionários dizem que mais dinheiro virá de autoridades locais e filantrópicas.
Há 50 caçadores voluntários que incorporam o controle de pragas em seus exercícios regulares na Reserva Polhill. Muitos ficaram inspirados há três anos, depois que pássaros nativos raros que desapareceram da região há um século, começaram a se reproduzir lá novamente.
James Russell, um cientista da Universidade de Auckland, animado com o progresso desde então, diz que a Nova Zelândia lidera o mundo na limpeza de pragas. Os guardas florestais eliminaram pragas de mais de 100 pequenas ilhas, que estão criando um terreno fértil para aves raras. Contudo, fazer as principais e maiores ilhas sem pragas permanece um salto enorme.
A empresa Goodnature em Wellington está chegando com suas próprias inovações. Ela desenvolveu armadilhas que usam dióxido de carbono pressurizado para reiniciar-se. Deixado sozinha, uma armadilha pode matar 24 ratos durante seis meses.
Outros métodos de controle de pragas provaram ser controversos, incluindo o uso do veneno 1080, fluoroacetato de sódio. Os caçadores dizem que a toxina às vezes mata seus cães, e grupos de defesa de animais dizem que é desumano.
A ministra da Conservação, Maggie Barry, diz que um benefício de eliminar as pragas estaria terminando o uso de tais toxinas. Ela diz que os contribuintes irão economizar dezenas de milhões de dólares por ano que é gasto em controle de pragas.
“O momento tem sido fantástico”, diz Barry. “Rua por rua, cidade por cidade, vamos unir forças e conseguir isso”.